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NÚMEROS DE CÂNCER DE MAMA
No sexo feminino, o tipo mais comum de câncer é o de mama, com aproximadamente 1,67 milhões de novos casos por ano no mundo, 25% do total. Estima-se que anualmente 520.000 mulheres morrem da doença e existem no mundo, hoje, aproximadamente 5 milhões de sobreviventes do câncer de mama, ou seja, mulheres se tratando ou curadas.
No Brasil, segundo dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer, para 2014 são esperados 57.120 novos casos, sendo 56 casos a cada 100.000 mulheres, e cerca de 14.000 óbitos, sendo 30 óbitos por dia (dados de 2014 ainda não compilados). A
estimativa é de que existam hoje 125.000 mulheres sobreviventes da doença.
O Estado do Rio de Janeiro é em proporção ao número de habitantes, campeão em incidência e mortalidade pelo câncer de mama no Brasil contando com a previsão, para 2014 (dados ainda não compilados), de 9.000 novos casos.

DIAGNÓSTICO PRECOCE
A importância do diagnóstico precoce é fácil de entender através destes números: os tumores de 1 cm possuem 1 bilhão de células tumorais; os de 2 cm, 1 trilhão, pois a progressão é aritmética. Quanto antes for identificado, mais rapidamente interrompemos o crescimento.
Diagnósticos precoces são os que permitem encontrar tumores em estágio inicial, e estes tem mais chance de cura e os tratamentos são menos agressivos.  Quando o tumor pode ser percebido na palpação, frequentemente já não é precoce.

CAUSAS E IDADES
De forma resumida, segue um resgate histórico do surgimento dos tipos de câncer na
civilização. Percebemos que nas civilizações antigas havia muito câncer de boca e principalmente de estômago, pois como era ruim a conservação dos alimentos, as pessoas ingeriam vírus e bactérias cancerígenos. Com o hábito de salgar os alimentos, cresceu o câncer de estômago e intestino, pois comiam sem perceber que o alimento estava começando a putrefar. Aí veio a geladeira, mas também o cigarro, e as mulheres começaram a apresentar um alto índice de câncer de útero e os homens, de pulmão. Depois perceberam que tirando o útero curavam as mulheres, e com o advento do teste de Papanicolau, na década de 50, já se podia detectar o tumor no útero.
Aí a mulher começou a viver mais e passou a ter câncer de mama. Simplesmente porque o problema foi combatido antes, no útero, a mulher viveu mais e teve tempo para desenvolver o outro tipo, que é o câncer de mama, o câncer do envelhecimento.
E as mulheres mais jovens têm o câncer de mama porque ele é um produto da ovulação, dos hormônios. Quando as mulheres tinham mais filhos e amamentavam, ficavam muitos anos sem ovular; hoje têm, em média, 2 filhos e poucas amamentam,
porque estão no mercado de trabalho. Quando a ovulação é suspensa por 10 ou 20 anos com a gravidez e aleitamento, sabemos que são mais reduzidas as possibilidades do câncer vir a se desenvolver.
Esse quadro, é ainda mais agravado pelo uso indiscriminado de anticoncepcionais
e, na menopausa, pela reposição hormonal.

EVOLUÇÃO DAS CIRURGIAS E DIAGNÓSTICOS
A Mastologia não veio da ginecologia, como muitos pensam, veio da cirurgia oncológica. E as mamografias, quando eu me formei em 85, eram de péssima resolução. Na época era assim: nós palpávamos a mama e se tivesse nódulo puncionávamos:
se fosse líquido era cisto, se fosse sólido iria para cirurgia. E só havia 3 laudos: benigno (fibroadenomas e cistos), displasia ou câncer. Se fosse câncer, retirava-se a mama e esvaziava-se a axila; se a axila estivesse livre de doença, a paciente tomava tamoxifeno, se estivesse comprometida iria para a quimioterapia e esperava pra morrer.
Mas afinal, isso já foi uma evolução em relação às cirurgias “demolidoras” da época de Halsted, e desde Galeno, em 2.000 a.C., quando chegavam a retirar costelas e braços na esperança de salvar a vida de uma paciente.
Ao longo dos anos, muitas descobertas e inovações vêm se sucedendo. “A mastectomia radical foi substituída pela cirurgia conservadora com radioterapia, consolidada por Umberto Veronesi, o Papa da Mastologia no mundo, diretor do Instituto  Nazionale per lo Studio e la Cura dei Tumori.
Paralelamente, os constantes avanços da imagenologia permitem diagnósticos cada vez mais precoces, e podemos fazer intervenções a partir de 3 milímetros de margem ao redor do tumor. A radioterapia e a quimioterapia complementam a cirurgia e o tratamento. Com outras pesquisas, conseguiram reduzir os campos radioterápicos que queimavam uma área muito grande do corpo. “Hoje sabemos que há tumores que respondem e outros que não respondem aos hormônios, e com isso podemos direcionar o melhor tratamento.
E há ainda os avanços na pesquisa da biologia tumoral e genética, por exemplo, para identificar os defeitos em BRCA1 e 2 , tão em moda.”